Carta à solidão
É horrível quando desistimos de alguém, uma sensação de impossibilidade. Mas, as vezes é preciso nos poupar de um maior desastre. A questão, ao meu ver, é que nos apegamos muito as pessoas, aos seres que nos rodeiam, e no meu caso, e aquilo falo abertamente, me apego as pessoas, sejam amigos e afins, por meio da palavras.
Aaaah... As palavras me prendem os sentimentos, me tocam e me fazem alcançar o outro! Já escrevi poesias para amigos, já fiz desenhos, sonetos, cronicas, contos.... Nunca me satisfaço quando a questão é escrever, é sentir o alheio. Porém, em uma destas tentativas de fazer o outro feliz, de fazê-lo compreendido por minhas palavras, de tornar as rimas um doce abraço, me desfiz ao chão, virei pó, espuma, pois este, o centro épico de minha prosa, o enredo, não liga. Não ligar é um pecado quase capital, quando alguém tem energia para dar atenção.
Por muito tempo, penso eu, fiz de meus sorrisos motivos atribuídos a um ser que não me olha, não me vê, não me entende. Me fiz de sã, de feliz, para um ser que não está aqui, mas na verdade esta ali, querendo ser sozinho.
Pois declaro, que deixarei a solidão o consumir ao poucos, corroer suas alma impura, devorar suas entranhas, e transformá-lo numa eterna tristeza, para quando estiver chorando me vier pedir lenços e desculpas, perdões e beijos. Por que assim sou, não ficarei presa à alguém que não me quer, que me deixa embaixo de meus desejos, que não toca a alma, o corpo, o amor.
Canso desta vida de poeta, é melhor ser sozinha, e falante, do que acompanhada e triste e muda.
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