Com negritude, com afeto
Nos últimos tempos venho me envolvendo muito mais com a causa negra. São coletivos, são rolês, são textões, são pesquisas sobre o tema negro que me rodeiam. E nesse tempo que tenho me dedicado á militância da minha ancestralidade, da minha melanina, também sinto um amor por mim e pelos meus irmãos bem mais forte.
É um amor misturado com admiração. É um orgulho de resistir. No caso da vivência com gente preta, discutir questões negras, o amor também é atrelado a uma compreensão do que aquela pessoa sente. A gente nem comenta sobre os racismos que passamos, a gente se olha e já sabe. É assim, de espírito.
Não é também algo pautado apenas na militância, nas lutas de todo dia, mas sim em um carinho vindo de dentro, de um conforto em estar com as pessoas pretas, de conversar com elas, de perambular por ai, de acompanhar.
Eu aprendi muito com meus pretos e minhas pretas. Todos no coração. É uma felicidade ter um saber escuro.
Esses dias fui em uma festa com público preto, com músicas em sua maioria preta. Foi uma delícia, apesar do calor, eu me senti confortável no lugar, confiava instantaneamente nas pessoas, dancei com muitas, sabendo que ali não seria violentada, e se fosse ia ter gente para me ajudar a afrontar o sujeito.
Não digo que não aprendi com meu amigos brancos, com as manas brancas de luta. Mentira, aprendi sim, foram todos importantes para esse caminho de identidade afro. No entanto, uma vez entendida que componho uma maioria que tem uma cultura peculiar, uma influencia ampla, um cotidiano de morte e tragédia, os impactos tornaram-se mais fortes. Todo dia é dia de tombamento.
Hoje em dia está cada vez mais difícil e mais fácil militar no movimento negro. Ainda há uma separação dentro da luta, ainda há preto machista, ainda há competição entre a negritude das manas de poder. Muitas vezes nos entendemos, outras vezes nem nos olhamos na cara. Sofremos com um tipo de visibilidade que é perigosa, como a última edição do Amor & Sexo, que teve Karol Conka, Djamila Ribeiro e Elza Soares. Mesmo sendo magnífico ver muita preta não vestida de empregada doméstica na maior emissora do país, sempre é preciso tomar cuidado com protagonismos oportunos que a TV faz, agora tá bom ser negro, vamos ver amanhã?
O companheirismo preto é dado desde os tempos dos reinados em Mama África, é reforçado nos sombrios anos de vivência nos porões das naus, é necessário na nossa passagem aqui no Novo Mundo.
É um amor misturado com admiração. É um orgulho de resistir. No caso da vivência com gente preta, discutir questões negras, o amor também é atrelado a uma compreensão do que aquela pessoa sente. A gente nem comenta sobre os racismos que passamos, a gente se olha e já sabe. É assim, de espírito.
Não é também algo pautado apenas na militância, nas lutas de todo dia, mas sim em um carinho vindo de dentro, de um conforto em estar com as pessoas pretas, de conversar com elas, de perambular por ai, de acompanhar.
Eu aprendi muito com meus pretos e minhas pretas. Todos no coração. É uma felicidade ter um saber escuro.
Esses dias fui em uma festa com público preto, com músicas em sua maioria preta. Foi uma delícia, apesar do calor, eu me senti confortável no lugar, confiava instantaneamente nas pessoas, dancei com muitas, sabendo que ali não seria violentada, e se fosse ia ter gente para me ajudar a afrontar o sujeito.
Não digo que não aprendi com meu amigos brancos, com as manas brancas de luta. Mentira, aprendi sim, foram todos importantes para esse caminho de identidade afro. No entanto, uma vez entendida que componho uma maioria que tem uma cultura peculiar, uma influencia ampla, um cotidiano de morte e tragédia, os impactos tornaram-se mais fortes. Todo dia é dia de tombamento.
Hoje em dia está cada vez mais difícil e mais fácil militar no movimento negro. Ainda há uma separação dentro da luta, ainda há preto machista, ainda há competição entre a negritude das manas de poder. Muitas vezes nos entendemos, outras vezes nem nos olhamos na cara. Sofremos com um tipo de visibilidade que é perigosa, como a última edição do Amor & Sexo, que teve Karol Conka, Djamila Ribeiro e Elza Soares. Mesmo sendo magnífico ver muita preta não vestida de empregada doméstica na maior emissora do país, sempre é preciso tomar cuidado com protagonismos oportunos que a TV faz, agora tá bom ser negro, vamos ver amanhã?
O companheirismo preto é dado desde os tempos dos reinados em Mama África, é reforçado nos sombrios anos de vivência nos porões das naus, é necessário na nossa passagem aqui no Novo Mundo.
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