Liberdade ? Objetificação!
Recentemente entrei em uma discussão sobre industria pornô e a descoberta do corpo da mulher. A questão é que algumas pessoas enxergam a pornografia como forma de libertação sexual das mulheres, apesar do prazer sempre estar voltado para o do homem.
Em 1960 começou a revolução sexual, em que as pessoas passaram a ter relações sexuais sem camisinha, a andarem peladas, defendiam o poli-amor etc. Nessa revolução, o corpo da mulher negra não foi incluído, afinal as pretas já possuíam uma sexualidade antes mesmo da década de 1960, nos tempo da escravidão, por tanto, a libertação sexual nesse ponto era apenas voltada para o corpo do homem e da mulher branca.
Mesmo assim, ocorreram inúmeros abusos em relação a mulher. Uma das maiores estrelas pornôs desse período, Linda Lovalace (tem um filme dela no Netflix) sofreu violência doméstica, violência sexual, tudo para conseguir o sucesso. Superficialmente ela parecia ser uma figura que representava a liberdade. Não era. Era mais uma menina que queria sair de casa, ganhar dinheiro.
Os filmes e vídeo pornôs abusam e violentam as mulheres, ali não existe nenhuma libertação, apenas a vontade de fazer dinheiro e de usar do patriarcado para fins capitalista. Ou seja, através dos esteriótipos de corpo estipulados socialmente, uma enorme industria se constituiu, continuando a reforçar a violência, o sexo voltado ao homem unicamente.
Talvez a libertação sexual venha da mulher que está assistindo o filme pornô e usa isso para se masturbar. Não se deve atribuir esse valor à industria pornô. Usam de forma negativa o potencial sexual da mulher para lucrar. É apenas lucro. O nosso conhecimento íntimo deve ser estimulado de outras formas...
Além disso, existe uma objetificação muito grande dos corpos. Colocando o sexo como algo apenas carnal, que pode ser e muitas vezes é visto como, mas esquecendo do lado mais emocional da coisa, de ser a união de pessoas, de ser o alcance de prazer CONJUNTO. As gentes, no pornô, viram apenas belos pedaços de carne.
Por tanto, defender que pornô pode ser um canal de libertação sexual é um tanto quanto errado, uma vez que a industria apenas sobrevive com o machismo estrutural e com a aceitação da objetificação dos corpos. A pergunta que fica, e que não consigo responder é : existe pornô feminista?
4 comentários
Boa tarde,
ResponderExcluirGostei muito do artigo e ele nos introduz bem a esse tema, principalmente para pessoas como eu que ainda está conhecendo o feminismo e essa questão da indústria pornográfica. Eu adoraria que você falasse um pouco da questão da depilação que acaba sendo um pouco polêmica. Nós mulheres devemos/ podemos nos depilar ? etc etc. Beijão.
Olá !!! Falo sim, isso é bem interessante! Vou falar !
ResponderExcluirTexto bem sucinto, porém muito verdadeiro e bem redigido. Infelizmente a mulher, no contexto patriarcal atual, ainda é objetificada e também alvo de esteriótipos juntamente com padrões de beleza. Porém o feminismo vem deixando sua marca registrada e mudando aos poucos essa realidade. Parei para pensar se existe pornô feminista, mas me veio uma pergunta tb. Como seria isso? Achei um ponto interessante que pode ser tema de um outro texto. Eu leria, pois gostei da reflexão.
ResponderExcluirnão sei exatamente como funcionaria... vou procurar saber sobre e ai faço um texto <3 obrigada Ge !
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